PEDRÃO

No inicio do ano de 1745, o casal Francisco Ferreira de Moura e Maria Mendes Bezerra, chegaram nesta terra, que não se sabe a quem pertencia, e de imediato, construíram a primeira casa (Um Sobrado), o qual custou o sacrifício de cerca de trinta escravos.
Aqui o casal teve os seguintes filhos; João Ferreira de moura, Padre André Ferreira de Moura, Eusébio Ferreira de Moura e Luiza Ferreira de Moura, sendo a optem Avó do Visconde de Aramai, Conde de Sergimirim, pai do Visconde de Oliveira.
Em 1779, construíram a primeira capela do S.S. Coração de Jesus onde hoje se encontra o atual Cemitério. Neste mesmo ano, ordenou-se o Padre André, filho do casal, e que no ano seguinte veio para o Município como vigário.
Em 1782, iniciaram a construção da Igreja Matriz do S.S. Coração de Jesus e mais dois sobrados, sendo um deles construído por Miguel Mendes, que também fez o primeiro plantio de cana - de- açúcar na região da Fazenda Iaçú até a Fazenda América, e prosseguindo, ele ainda construiu dois grandes engenhos de açúcar: um na Fazenda América, em 1783 e outro na Fazenda Iaçú, em 1803 respectivamente.
Nesta mesma época surgiu a família Sampaio que construiu mais três sobrados e fez outro grande plantio de cana-de-açúcar nas Fazendas Lagoa de Cabaça e Eldorado, onde também construiu outro engenho que foi inaugurado nos fins de 1805. A esse aglomerado de casas se atribuiu à quem, deram o nome de Arraial de S.S. Coração de Jesus.
Conta-nos uma história verbal, popular, que o Arraial nasceu de uma promessa feita pela antiga proprietária das terras, que certo dia ela saiu a cavalgar, e, nessa cavalgada o seu animal saiu em disparada, e que a sua promessa foi a de construir uma capela onde o animal parasse.
Outra história popular, também nos conta a origem do nome de PEDRÃO; Um caçador de nome Raimundo Alves descobriu que o Arraial estava edificado sobre uma pedra, e daí o nome Pedrão foi sendo popularizado, até que os moradores o adotaram, ficando o S.S. Coração de Jesus como o seu Padroeiro.

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PEDRÃO NA GUERRA PELA INDEPENDÊNCIA


Em 12 de Outubro de 1832, Frei José Maria do Sacramento Brayner dirigiu um regimento ao Conselho Interino da Cachoeira para oferecer os seus serviços à Pátria, daí passou a residir em Pedrão.
“Frei Brayner” confessa no seu requerimento dirigido à Junta da Cachoeira que, ouvindo ler-se à tropa de Cavalaria um ofício do Coronel Bento Lopes, no qual convocava não só a tropa da cavalaria como também o povo daquele lugar para aclamar na Vila de Santo Amacio ao Sr. Pedro de Alcântara, Príncipe Regente e Defensor Perpetuo do Brasil, ele imediatamente se oferecera com o maior alvoroço de alegria, mas o Capital Miguel Mendes, a quem foi mandada aquela comissão, não quis que o suplicante marchasse, pelo estado atual em estava à moléstia, pelo que lhe rogou fizesse ver ao dito coronel os seus ardentes desejos, protestado que apenas melhorasse e estivesse em sua capacidade, o que assim praticou apresentando-se e oferecendo-se às autoridades constituídas da Vila de Santo Amaro, e ao mesmo Coronel na vila de são Francisco, fazendo-lhes ver o seu amor, patriotismo e adesão à santa causa, e agora também o faz a este Ilustríssimo e Excelentíssimo conselho do Governo Interino desta Província, e não só o suplicante, como também voluntariamente unidos a ele 39 indivíduos, que formam uma guerrilha chamadas Voluntários de Pedrão.
Aos 22 de outubro de 1822, o Conselho interino da Cachoeira tomou conhecimento desta grande iniciativa e comunicou-lhe, imediatamente,o seu contentamento diante da grande prova de patriotismo, porém não deferiu a petição que almejava a formação da guerrilha, uma vez que estavam aguardando, em breve a chegada do Exmº. General Labatut, a quem hierarquicamente deveriam obedecer as decisões sobre formações de novos corpos armados, ficando o Conselho na lembrança de empregar meios para tal fim.
Em, 04 de novembro, do mesmo ano, o Conselho Interino expediu uma circular ordenando ordenando a formação da guerrilha conforme o plano proposto e marchasse imediatamente para a Vila da Cachoeira à fim de receber as ultimas ordens e os destinos à seguirem, e que fossem armados de espingardas.
Em 29 de novembro, por convocação do General Labatut, através de oficio, a Companhia do Frei Brayner se dirigiu para o Quartel General, localizado no Engenho Novo, no Recôncavo.
Em, 05 de dezembro, o Conselho Imperial dirigiu ao Frei Brayner, novo oficio que declarava desejar fazer marchas os Voluntários de Pedrão para o Quartel General e se integrar como um corpo de tropas, desejo esse, que o Frei Brayner, sentiu como se fosse uma exigência, uma vez que o mesmo ordenava que se aprontasse de imediato para marchar logo no outro dia, impreterivelmente, levado os Voluntários da Guerrilha, juntamente com os Voluntários da Guerrilha da Comarca do Sul, e lá se apresentassem ao General a fim de receberem seus destinos, inclusive levando suas fardas (roupas de couro) e as fardas que ainda estavam por fazer para concluírem as suas confecções no Quartel General, sem precisar levar armamentos de Clavina para a inteligente execução.
Os Voluntários de Pedrão, sob o comando de Frei Brayner, adotaram como fardas as vestes de couro, como seguinte regulamento:
O seu uniforme em marcha era: Chapéu de Couro, com uma chapa de latão oval, e ao centro desta a letra “P”, e acima da letra uma coroa real;
A túnica era o gibão; algibeiras longas; calças de algodão branco ou couro; surrão ou saco às costas; clavinas, espingardas ou bacamartes, espadas ou facas grandes e pequenas; à cavalo ou à pé, calçados ou descalços, segundo as circunstancias o exigirem.
O uniforme fora de marcha: Opcionalmente, chapéu branco fabricado artesanalmente, com a mesma chapa;
Fardeta de algodão de qualquer fazenda de cor azul-escuro colete e calças de qualquer tecido de algodão branco.
Os Voluntários, também denominados ENCOURADOS DE PEDRÃO, foram alistados 39 (trinta e nove) homens formando 40 (quarenta) com o seu Comandante.
Todos, homens do campo, sendo dezenove casados e o restante solteiros, que abandonaram seus lares e famílias e seguiram para o campo de luta sob o comando do Frei José Brayner.

 

Palavras-chave

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OS HERÓIS DE INDEPÊDENCIA

1. - Frei JOSÉ MARIA DO SACRAMENTO BRAYNER, branco, religioso,morador de Pedrão; Padre-Mestre.
2. – MANOEL MARTINS VALVERDE, branco, seminarista, morador de Pedrão.
3. – MANOEL DE JESUS VALVERDE, branco, solteiro, morador no Iaçú, lavrador.
4. – JOSE TEÓFILO MUNIZ, branco, solteiro, morador no Tanquinho, lavrador.
5. – ANGELO CARVALHO, pardo, casado, morador da Fazenda Boa Vista, lavrador.
6. – ANTONIO ESTEVÃO DA CRUZ, pardo, casado, morador na Fazenda Retiro, lavrador.
7. – ANTONIO FRANCISCO DE PINHO, pardo, solteiro, morador de Pedrão.
8. – ALEXANDRE MOURA, pardo, solteiro, morador na Fazenda Limoeiro, lavrador.
9. – DOMINGOS DIAS, pardo, solteiro, morador na Fazenda Baraúna, lavrador.
10. – FRANCISCO JOSÉ DE CAMPOS, pardo, casado, morado na Fazenda Massapé, lavrador.
11. – FRANCISCO JOSÉ DA CHAGAS, pardo, casado, morador da Fazenda Roçado, lavrador.
12. – FRANCISCO ALVARES MOREIRA, pardo, solteiro, morador da Fazenda Povoação, lavrador.
13. – FRANCISCO VIEIRA DE CARVALHO, pardo, casado, casado, morador na Fazenda Retiro, lavrador.
14. – FÉLIZ CARVALHO, pardo, casado, morador da Fazenda Massapê, lavrador.
15. – FRANCISCO XAVIER DE S. PAULO, pardo, casado, morador da Fazenda Boqueirão, lavrador.
16. – INÁCIO MATEUS, pardo, casado, morador da Fazenda Descansador, lavrador.
17. – INÁCIO PEREIRA, pardo, casado, morador da Fazenda Baraúna, lavrador.
18. – JOSÉ PEREIRA DE JESUS, branco, casado, morador no Pedrão, lavrador.
19. – JOSÉ EGÍNIO GAVILHO, pardo, solteiro, morador no Pedrão, lavrador.
20. – JOAQUIM DUARTE LOPES, branco, solteiro, morador no Pedrão, lavrador.
21. – JOAQUIM PEREIRA VALADARES, pardo, solteiro, morador no Pedrão, lavrador.
22. – JOAQUIM PEREIRA DA ASSUNÇÃO, pardo, solteiro, morador no Pedrão, lavrador.
23. – JOÃO LEITÃO DE MELO, pardo, casado, morador na Fazenda Europa, lavrador.
24. – JOÃO PEREIRA DE BRITO, pardo, solteiro, morador na Fazenda Coqueiro, lavrador.
25. – JOSÉ ALVES PEREIRA, pardo, casado, morador na Fazenda Boa Vista, lavrador.
26. – JOÃO DE DEUS, pardo, solteiro, morador na Fazenda Baraúna, lavrador.
27. – JULIÃO FERREIRA, pardo, solteiro, morador na Fazenda Limoeiro, lavrador.
28. – JOSÉ MOURA, pardo, solteiro, morador na Fazenda Cabaças, lavrador.
29. - JOSÉ DE ARAÚJO, pardo, solteiro, morador na Fazenda Limoeiro, lavrador.
30. – LUDOVINO DE SOUZA, cabra, casado, morador na Fazenda Contendas, lavrador.
31. – LUIS FERREIRA, pardo, solteiro, morador na Fazenda Baraúna, lavrador.
32. – MANOEL FRANCISCO DA SILVA, pardo, solteiro, morador no Engenho Cana Brava, lavrador.
33. – MANOEL JOSÉ DE GÓIS, branco, casado, morador no Pedrão, lavrador.
34. - .MANOEL DO ESPIRITO SANTO, pardo, casado, morador no Pedrão, lavrador.
35. – MONOEL DE ARAUJO, pardo, solteiro, morador na Fazenda Contenda, lavrador.
36. – MANOEL FERREIRA SANTIAGO, branco, casado, morador no Pedrão, lavrador.
37. – MANOEL MOURÃO, cabra, casado, morador na Fazenda Boa Vista, lavrador.
38. – MANOEL DA CRUZ LIMA, pardo, casado, morador na Fazenda Boqueirão, lavrador.
39. – PEDRO NOLASCO DE PINHO, pardo, solteiro, morador na Fazenda Boqueirão, lavrador.
40. – SIMÃO SOARES DOS REIS, pardo, solteiro, morador no Pedrão, lavrador.