Data: 05/08/2013

De: Washington Damião Cerqueira Santos

Assunto: Pedrão, meu doce torrão natal.

Como esquecer jamais tão doce terra? Onde nos idos de 1951 vinha eu ao mundo, filho de Judith Cerqueira Magalhães e José Carvalho dos Santos.
José Carvalho dos Santos, meu saudoso pai, sepultado no humilde cemitério pedronense. Foi escrivão desta pequena cidade e era conhecido Como Zé Escrivão. Autodidata, rábula, chegou a defender humildes pessoas na vizinha cidade de Irará. Espero que um dia, algum munícipe irmão e conhecedor da história deste município se lembre de nomear algum logradouro público deste lugar com o nome de José Carvalho dos Santos, que ajudou a escrever a história desta histórica cidade.
Tenho saudades de alguns meus contemporâneos, que já partiram desta vida, como: César Nogueira e Vera Nogueira, filhos do casal Augusto e Celice Nogueira, donos do único armarinho do lugar, enquanto entre nos estiveram.
Como Esquecer de Zé de Camilo, Cassapa, Zé Valverde, Augusto Nogueira, Padre Zé Norberto, Couro seco, lendária figura, engraxate do lugar?
Como não se lembrar dos ainda vivos, Leite Ninho, Zé Carlos Nogueira, Graciliano, Alfredo, Alcebíades, Lindú, Bel, Dorinha, Pepeta e tantos outros...
Dona Miúda, D. Otacília, Risó, Sr. Otavário, Sr Camilo, Zé Afonso.
Acredito em Deus, e tenho certeza de que não fui e sou contemporâneo de tantas pessoas boas e inesquecíveis, por acaso. Estou certo de que laços do passado, fizeram-me merecer estar entre pessoas tão amáveis e marcantes em minha atual passagem pela vida neste pequeno orbe. Assim digo por saber, de que "há muitas moradas na casa do Pai", já nos ensinava o Cristo de Deus, e o Pedrão, minha doce terra coube ser o meu berço nesta curta e proveitosa passagem.
Ter convivido com a professora Daluzinha e a Professora Vanda, na Escola Encourados da Independência, propiciou-me o enraizamento cultural básico e erudito para os padrões da época, que hoje me proporcionaram a possibilidade de vir a graduar-me em Economia, tendo chegado ao MBA da Fundação Getúlio Vargas.
Ainda me lembro das lições de catecismo na igreja matriz, cujo piso marcado pelos jazigos dos primeiros grandes moradores do lugar, exibiam suas lápides com epitáfios gravados no mármore branco e bem esculpidos. Ainda me lembro, que num deles, lia-se "JAZIGO PERPÉTUO DA FAMÍLIA GODINHO". Não sei quem foram os Godinho, mas sei que ali viveram e foram sepultados, deixando gravada sua memória póstuma no sagrado piso da igreja matriz.
Pedrão, minha doce terra natal, jamais te esquecerei, e peço ao bom Deus que te abençoe e guarde das mazelas da vida.
Que os teus moradores, tanto os antigos como Dinha Zezé e seu esposo Zé Ribeiro, quantos os mais novos, cujos nomes não conheço, sejam abençoados e zelem pelo progresso e pela moral de um povo que está inscrito na história da libertação da Bahia, na figura imortal dos Encourados da |Independência.
Salve Pedrão, Deus te abençoe.

Washington Damião Cerqueira Santos
washingtondcsantos@hotmail.com

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